quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

A ciência explica o amor

É comum alguém argumentar que a explicação cientifica de algum assunto tira a poesia e a beleza das coisas. Acho que não preciso detalhar que isso é um absurdo, seria o mesmo que achar que um churrasco perde o sabor porque se conhece a estrutura de uma proteina.
Então... a ciencia ja tem um bom conhecimento dos mecanismos do amor.
Vamos lá.
O desejo sexual é potencializado pela dopamina, um neurohormônio produzido pelo hipotálamo que provoca a liberação de testosterona, hormônio que desperta o desejo sexual. O amor é uma sensação de união que é reforçada pela presença de ocitocina, que é sintetizada no hipotálamo e secretada no sangue pela pituitária. Em mulheres, a ocitocina estimula as contrações do parto, lactação e amor maternal. Tanto em homens quanto em mulheres esta aumenta durante o sexo e explode durante o orgasmo, tendo influência na união do casal.
Existe amor ? Ou será só instinto ?

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Nada além de nada...

Tentar em vão se inferiorizar por meio de motivos abstratos tão generalizados quanto qualquer idéia que nunca se explicou e enfurecer-se por não conseguir assim depreciar-se de forma à parecer convincente o suficiente pra que ninguém refute argumento tão bem estudado que por meio de evidencias, pra você, se tornou verdade absoluta, deve ser considerado do mesmo ponto de vista a que se considera a escolha da cor de uma casa, pura besteira. Conforme todas as verdades hoje existentes porquanto todas levam a ermetismos redundantes, todos os meios de argumentação devem ser tidos como mera consequência de alto grau de intelectualidade utilizados única e simplesmente em meio à reuniões que tenham como comum objetivo o uso da razão.
Após observações necessárias percebe-se a não-necessariedade de tão pensados argumentos que numa qualquer acrópole igualaria-te aos deuses da loucura grega. De certa forma por mais que se deseje pensar o contrário, a ignorância, rainha que reina livre no mundo moderno, detém uma certa tendência à argumentos inúteis porém convicentes a quem não os conhece principalmente se adornados por palavras seculares e primitivas que inganam e encantam até o mais esperto entre os que a ela atentam.
Seguindo padrões cada vez menos eficázes ditados por incondicionalidades ou instigada por inquietaçoes constantes de procura e elevação, a razão mostra-se-nos inibida por sombras que trivalmente lhe ofusca os olhos levando a apelar à seu pior inimigo, o sentimentalismo. Após inúmeras tentativas que em uníssono demonstraram a superioridade racional, o cansaço flagela sem cessar levando novamente os seres em questão ao estado primitivo, o que se faz desacreditar de qualquer argumentação que venha em favor do fato descutido.
Embora toda essa discussão não vos tenha levado a nada, tentar-se-á com muito custo entender tão banal tentativa de demonstrar-lhes nada além da estupidificação generalizada de nosso tempo. Ademais, nada relacionado a tal argumentação despertará tão grande atenção àqueles que lerem, contudo, qualquer frivolidade é bem vinda em momentos de total desesperança...

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Por enquanto...

Enquanto houver domínio... haverá dor
Enquanto houver discriminação... haverá silêncio
Enquanto houver ensaios... haverão idéias
Enquanto houver ligações... haverão encontros
Enquanto houver ócio... haverá criação
Enquanto houver comida... haverá fome
Enquanto houver egemonia... haverá controle
Enquanto houver economia... haverá acúmulo
Enquanto houver sensação... haverá contato
Enquanto houver dúvida... haverá beleza
Enquanto houver sensibilidade... haverá música
Enquanto houver crise... haverá superação
Enquanto houver visão... haverá futuro...

sábado, 23 de fevereiro de 2008

I don't can cry

Saber chorar parece tão facíl.
Pra quem sinta dor.
Pra uma criança qualquer.
O pior é que o certo não é saber chorar.
Choramos por necessidades, motivos multiplos.
Infelismente eu carrego comigo todos os motivos.
Não é que eu não sei.
É "só" que eu não consigo.
Um "só" tão profano.
Tudo emudece.
Simplismente : O sol não tem cor quando se estica em dia nublado e não me colore nenhum ponto de vista. Simplesmente fura o bloqueio das nuvens e caminha na claridade, ignorando a ausência de chuva.
É quando padecem de indigência os líquidos - esvaziados até de um simples pingo - e a saudade é o único rumor que se ouve nas conchas.
As ilhas Cagarras - rochas leais ao estado de pedra - coroam um mar impassível que, na praia, é íntimo de palmeiras que ondeiam, aquecendo memórias e desejos.
Não há plantações na beira do morro Dois Irmãos, entretanto a relva que recobre a areia exubera intensa fertilidade, numa linguagem varrida de palavras.
Talvez um ar assim, por demais corrompido de lugares comuns, termine por deflorar círculos viciosos; talvez eu venha a colher da brisa um tempo que corra mais célere; talvez eu precise exercer o dizer profano num verbo qualquer, ainda que abreviado da poesia que me silencia os sentidos.
É uma época hábil em parênteses chuvosos, cinza digital a ocupar - em humidades ligeiras - a lentidão das horas ressecadas.
As lagrimas não caem.
Talvez o céu chore por mim.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Antes havia o interesse... hoje há mágua
Antes havia a noção... hoje há abstração
Antes havia o amor... hoje há controle social pela idéia do mesmo
Antes haviam guerras... hoje há egemonia
Antes havia a honra ... hoje há bombas de destruição em massa
Antes havia música... hoje há desespero
Antes havia paz... hoje há filmes violentos ganhando prêmios
Antes havia rebeldia... hoje há apatia
Antes havia... hoje há...
Eu falaria de otimismo...se otimista fosse.
Eu falaria de anarquia...se anarquista fosse.
Eu falaria de matemática... se a compreendesse.
Eu vomitaria poemas... se poeta fosse.
Eu falaria de música... se não fosse um músico medíocre desesperado por atenção.
Eu falaria de computadores... se pelos mesmos me interessasse.
Eu falaria de amor... se sensibilidade tivesse.
Eu falaria de partículas atômicas concentradas no vácuo do espaço e tempo... se louco fosse.
Eu falaria de mim mesmo... se seguisse as idéias de Sócrates.
Eu falaria de sofrimento... se entendesse Nietzsche.
Eu falaria de loucura... se Roterdã com seu elogio já não a tivesse descrito tão bem.
Eu falaria de livre arbítrio... se o mesmo existisse.
Eu falaria de cegueira... se conhecesse melhor as pessoas.
Eu falaria de ação... se uma reação igual ou contrária imediatamente não me surpreendesse.
Eu falaria de tudo... se ao emudecer conseguisse ser algo além de nada...

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Sei lá

Eu sou a torneira que pinga, o pé que escorrega, a mão que castiga, o abraço que leva, a flor do jardim, o mau que te cega , lembrança oprimida ao longo da vida, que depois se encerra, e volto a terra.
Tudo começou quando o filho morria de vergonha, porque seu pai era palhaço de um circo sem futuro...
E ele cresceu sem dizer as amigos onde o pai trabalhava...
Cresceu, mas com uma vida muito amargurada.
Formou-se...
Mas um certo dia recebe a noticia que seu pai está no leito de morte.
Ele corre, entra no quarto, tira a gravata, tira o palitó, se ajoelha e diz :
Pai me ensina a ser Palhaço....
Pai me ensina a ser Palhaço...

E o pai lhe responde :

ISSO NÃO SE ENSINA SEU BOSTA

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Faça acontecer, que eu faço valer a pena.

Pensamentos de macaco.
Ideais descomunais.
Num desnexo sintônico.
Somos meros animais.

Continua...

Você é "nada"...

Você olha a sua volta...
Você tem tudo o que quer.
Sua vaidade fala alto.
Seus desejos de mulher.

Você vê o mundo em chamas.
Mas nunca corre atráz.
Não se preocupa nenhum pouco,
Com o seu peido, com o seu gaz.

Você vem contribuindo.
Com nosso efeito estufa.
Coma pouco e enrrosque,
Uma rolha na sua bufa.

Suas roupinhas de grife.
Seu sapatinho cliche.
Tudo mais importante,
Do que seu eu, do que você.

Mundo moderno melhore.

Mundo moderno, marco malévolo, mesclando mentiras, modificando maneiras, mascarando maracutaias, majestoso manicômio. Meu monólogo mostra mentiras, mazelas, misérias, massacres, miscigenação, morticínio -- maior maldade mundial.

Madrugada, matuto magro, macrocéfalo, mastiga média morna. Monta matumbo malhado munindo machado, martelo, mochila murcha, margeia mata maior. Manhãzinha, move moinho, moendo macaxeira, mandioca. Meio-dia mata marreco, manjar melhorzinho. Meia-noite, mima mulherzinha mimosa, Maria morena, momento maravilha, motivação mútua, mas monocórdia mesmice. Muitos migram, macilentos, maltrapilhos. Morarão modestamente, malocas metropolitanas, mocambos miseráveis. Menos moral, menos mantimentos, mais menosprezo. Metade morre.

Mundo maligno, misturando mendigos maltratados, menores metralhados, militares mandões, meretrizes, marafonas, mocinhas, meras meninas, mariposas mortificando-se moralmente, modestas moças maculadas, mercenárias mulheres marcadas.

Mundo medíocre. Milionários montam mansões magníficas: melhor mármore, mobília mirabolante, máxima megalomania, mordomo, mercedes, motorista, mãos... Magnatas manobrando milhões, mas maioria morre minguando. Moradia meiágua, menos, marquise.

Mundo maluco, máquina mortífera. Mundo moderno, melhore. Melhore mais, melhore muito, melhore mesmo. Merecemos. Maldito mundo moderno, mundinho merda.

O Homem nú .

Caminha solitário, cabisbaicho.
Não sabe se está triste, não sabe o que é tristesa.
Não sabe se está feliz, não sabe o que é alegria.
Não espressa qualquer sentimento.
Incessante, insistente, caminha...
Pés descalsos, pele nua.
Não tem fome, não tem sede.
É só um homem.
Um homem nú.
Sem rumo.
Sem caminho.
Um homem.
Sem preocupar com nada.
Sem conhecimento.
Sem responsabilidades.
Encontra a macieira carregada.
Frutos vermelhos.
Sangue.
O homem morde o fruto.
Sente o sabor.
O pecado já foi cometido.
É agora outro bicho.
Qualquer outro animal.
Imundo.
Impuro.
Este homem, não é mais um homem.

Balão de gás

Pra que sorrir, se na verdade eu devo chorar
Pra que me iludir, se sei que nada, nada vai mudar
Por que dormir, num apartamento e não se preocupar
Se tudo sera mais cruel quando o sol vier me acordar

Quando a janela se abrir, e voce sentir a falta de ar
Por que então se reprimir, o pulo é a sorte o arrependimento é o azar
Tudo está agora na sua frente e sua mente já não te perturba mais.

Não há como remediar, uma tragédia é uma comédia sem leis
E o que você fez, algo que agora não quer mais pensar
Então se lembrou, de todos aqueles que para trás deixou
Um erro cruel, matou-se mas não só a si matou

Quando a janela se abriu, sentiu aquela falta de ar
Dessa vez não se reprimiu, para a vontade de voar
Tudo que estava a sua frente já não lhe confunde mais!
Fugiu em seu pequeno balão de gás.

É cedo ainda...

Ninguém compreende
Um futuro tão distante
A insonia desse mundo
Capitalismo incessante.

Nunca vão entender
Os motivos e razões
Dessa nossa rebeldia
Dessas nossas maldições.

Caminhando sempre avante
Escrevendo sem parar
Espressando as ideias
Sem sequer se preocupar.

Chula democracia
Que eu sempre adimirei
Nunca vai ser perfeita
Comandada por um rei.

Não pode dizer o que pensa
Não pode falar sem pensar
Não se pode ser honesto
Ou querer se libertar.

Tudo te cerca
Tudo rotula
Olhos abertos
Sentimento de culpa.

E então o que fazer ?
Talvez se matar ? Sem fraquesas.
Melhor esquecer.
Melhor se trancar.

Não mude o mundo

Querer mudar o mundo, essa será sua vergonha
Esquecer-se de si mesmo é o mérito
Assim pensa o milho sobre a pamonha

Por que esforço, sem gratificação
Se você vê um fodido toda manhã
Coloque a corda no pescoço e seja egoísta
Não existe céu, existe a igreja batista

Não discordar é o que importa,
Pois quem descobre tudo, o nada encontra

Bolsos cheios de coisas,
Cabeças cheias de carne,

"Querer" mudar o mundo, essa será sua vida
O espelho mostrará seus restos,
Seus olhos, um pacote de batata frita.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Armagedon

Por Helio Baragatti Neto

Todas as mensagens já foram enviadas,
Todas as palavras já foram proferidas,
Todas as mentiras já foram contadas,
Todas as verdades já foram concebidas.

Todas as letras já foram compostas,
Todas as canções já foram cantadas,
Todas as soluções já foram propostas,
Toas as histórias já foram narradas.

Todos os ideais já foram proclamados,
Todos os textos já foram escritos,
Todos os poemas já foram declamados,
Todos os provérbios ja foram ditos.

Todos os livros já foram publicados,
Todas as paisagens já foram declamados,
Todos os discos já foram lançados,
Todas as teorias já foram estudadas.

Todas as mazelas já foram denunciadas,
Todas dúvidas já foram esclarecidas,
Todas as novidades já estão ultrapassadas,
Todas as transgressões já foram cometidas.

Todas as distâncias já foram encurtadas,
Todos os abismos já foram superados,
Toda a anarquia já foi instituída,
Todos os mares já foram navegados.

Todos os planetas já foram descobertos,
Todas as geleiras já foram foram derretidas,
Todos os escândalos já foram encobertos,
Todas as virtudes já foram esquecidas.

Todas as guerras já foram declaradas,
Todos os acordos já foram assinados,
Todas as memórias já foram sepultadas,
Todos os povos já foram escravizados.

Todas as instituições já foram corrompidas,
Todos os crimes já foram perdoados,
Toda crueldade já foi instituída,
Todos os martírios já foram experimentados.

Todas as leis já foram infringidas,
Todas as violências já foram praticadas,
Todas as ciências já foram desmentidas,
Todas as culturas já foram dizimadas.

Toda intolerância já se tornou rotina,
Todos os preconceitos já estão enraizados,
Toda injustiça impera na surdina,
Todos os inocentes já foram condenados.

Todas as notícias já foram manipuladas,
Toda liberdade já foi destruida,
Todas as vozes já foram silenciadas,
Toda a esperança já foi perdida.

Toda a natureza já foi devastada,
Todas as espécies já foram extintas,
Todas as florestas já foram desmatadas,
Pinta-se um mundo envolto em obscuras tintas.

O que era subliminar tornou-se claro,
Agoniza o amor em todos os corações,
O sonho de mudança é cada vez mais raro,
Os homens matam Deus com suas ações.

E o que resta à humanidade,
Além de inércia e mediocridade ?
Carregar o peso de suas culpas,
Pois, como o mundo, acabaram-se-lhes as disculpas.

Vozes

Por Helio Baragatti Neto

Vivo a vida ouvindo vozes,
Vozes vindo em convulsão,
Vozes novas, vozes velhas,
Vozes vis vagando em vão.

Suaves vozes, vozes virgens,
Vestes alvas nos varais,
Vão-se e voltam em vertigens,
Das varandas vicinais.

Vozes vagas, vacilantes,
Vozes verdes da verdade,
Vizes vivas, vicejantes,
Vertam versos à vontade!

Vinde ouvir a voz do vento!
Vinde ver seu vasto véu!
Leve é a vida em movimento,
Leva a vela avante ao léu.

Vejo um verso evanecente,
Volitando na avenida,
Do universo, livremente,
Voa verso! Vai-te à vida !

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Não, a vida não é somente uma frustração...

Velho ancião da montanha !
Pra que pensar que vamos nos frustrar...
Que tudo vai dar errado.
Que tudo vai acabar ?

Pra vida há um propósito.
Pra isso não há negação.
O proposito simples da vida.
Se resume na EVOLUÇÃO.

É a simples chave de tudo.
Que resume tanta questionação.
Do melhoramento de tudo.
Pra chegar a perfeição.

Cada ação, cada ideia.
Tudo o que podemos saber.
É um processo lento.
Mas um dia você vai entender.

Ó grande ancião da montanha !
Não faça força pra sofrer.
Não tente entender a vida.
Porque a vida não entende você.

To be Continue...

Parnaso

Como um poeta morto, poderia entender tanta confusão ?
Os sinos soando alto, tantos fiéis, a multidão.
O poeta morto nunca procurou um caminho...
Sempre seguiu seu destino sem saber aonde ia dar...
O poeta morto não se preocupou com o amanhã...
O poeta morto jamais foi esquecido...
Pobres seres irracionais, mais de certa forma pensam, até que são legais...
Rimam o banal, fazem o que pra eles é normal.


Continua no proximo episódeo...

O ser titubeia

  Nunca devemos supor que o outro tenha sempre algo sábio e bem pensado a dizer, às vezes o ser se esquece do objetivo da fala durante a prá...