segunda-feira, 11 de abril de 2011

Lucidez

Não havia sol, inicialmente acreditei que seria noite. O Ricardo e o Gustavo pararam o carro eu estacionei de uma forma estranha, como de costume, e conversamos um pouco, alí, bem perto da praça 19 de março. Não lembro o que era a conversa, mas acabou-se, eu me sentia um pouco sonolento, devem ter achado que eu estava drogado... Voltando ao assunto, estava indo embora, quando percebi que não encontrava meu carro, o Ricardo tentou me ajudar a procurá-lo, sem sucesso, fiquei sem entender patavinas. 

Fiquei preocupado com o carro, logo minha mãe apareceu por lá eu contei a história pra ela, eu ia perguntar ao Gustavo se ele tinha me visto estacionar o carro, mas logo eu tava falando era com meu pai, e meu pai não entende nada do que eu falo (ainda mais que minha voz tava muito estranha). Mas de repente, eu comecei a pensar em algo, poxa, eu tinha acordado alguns minutos atrás pra beber água; bebi coca e voltei a dormir, eu só iria pra Inhumas na outra semana, o que eu estava fazendo ali, de madrugada, com velhos amigos e pai e mãe no meio da rua? Acho que esse foi o fim da primeira fase, o descobrimento da inconsistência, por que depois disso eu estava em outro lugar.

Já não era noite, provavelmente fim de tarde. Estava na casa dos pais, mas havia uma construção enorme ao lado e eu andava tranquilamente sobre uma das paredes, enquanto Ari e Michel estavam sentados sobre o muro em minha frente, que ficava a uns 2metros de distância. Senti uma vontade de pular e tentar chegar no outro muro, estava em dúvida se era sonho, mas acabei resolvendo tentar pular. Acho que esse foi o fim da segunda fase, convicção da não-realidade.

O salto foi lento, como se a gravidade fosse menor, nesse momento eu tive quase certeza, quando desci da parede efetuando saltos giratórios que necessitariam de grande força, finalizando com um salto mortal para trás e aterrissando perfeitamente no chão, tive certeza :D Olhei la para cima, Michel e Ari ainda estavam lá, talvez porque conversamos sobre isso várias vezes, me fizeram lembrar dos voos. 

Tentei voar, e voei, no começo foi fácil, às vezes sentia a imagem piscar, como se o sinal estivesse ficando fraco, mas relaxava um pouco e voltava ao normal, alguns momentos era como se o vento me levasse eu começava a fazer força para ir onde queria, mas pensei, isso não é real, não é por força que as coisas funcionam, esse pensamento parecia ser efetivo.

Eu voei até um lugar, cheio de pessoas, parecia um colégio, semelhante ao Horácio. Voei até dentro da sala, estranhamente eu tava pelado, e acabei acordando... Acho que esse foi o fim da terceira fase, o momento que me fez acordar.

O ser titubeia

  Nunca devemos supor que o outro tenha sempre algo sábio e bem pensado a dizer, às vezes o ser se esquece do objetivo da fala durante a prá...