sábado, 27 de março de 2010

A ópera palavresca do baterista morto

Hoje foi o dia da doença, o dia da loucura, o dia da ejaculação antecipada.
Hoje foi um dia de sorte.
Foi um dia de “arte” interior.
Sempre me senti como um incentivador, hoje sou evitado, alguns dias não estava bem animado e todo mundo demostrava se sentir da mesma forma. Um bando de brochas. Mas sempre tínhamos uma faísca pra reanimar, um incentivo do outro.
Mesmo não concordando com todas aquelas idéias, elas faziam parte de mim, e quando tocávamos tudo á nossa volta era estático, simultaneamente elástico. A nossa inércia era continua por umas três horas de muito barulho calor e suor, e principalmente muita criatividade.
Era uma comunhão de uma sintonia fina, fluindo rápido demais.
Eu cresci com a banda e a banda cresceu comigo. É verídico! Não é clichê dizer isso.
Eu era uma peça importante também.
Aqueles caras, me davam toda a liberdade que eu precisava pra criar, e eu fazia do meu jeito, do jeito que dava, com dicas de amigos especialistas, e depois ficava tão bacana que era gratificante demais.
Viradas nos meios impróprios, em lugares inesperados, dando lugar pros graves do surdo, no meio das frases, dos arranjos distorcidos e harmoniosos, simples e vivos! Tan tarandan tan tan tan tan Tum Tum Tum Tum....
Todos desconhecem nossa introspecção! Todos desconhecem a riqueza do mundo interior de cada um, e julgam, julgam e julgam...
Eu mesmo julguei demais, erroneamente, me arrependo, cada um na sua onda e pronto.
Ninguém quer saber os motivos, e principalmente entende-los.
Se foi uma decisão fácil? Claro que não foi, e confesso, foi um processo doloroso.
Deixar à merce alguns companheiros de banda, como eu acreditava alguns amigos, nunca foi o plano.
Optei por agradar meu pai ( que nos últimos tempos me desagradou muito[esses fatos não lhes cabe por hora] ), mas que sempre vai ser meu pai, até minha morte, que não está muito longe.
Claro que tudo isso é um turbilhão muito mais complexo, um turbilhão moldado e resumido.
São só notas do morto mal interpretado, que mal sabe se explicar, e custa ser ouvido.
São só acordes simples mal arranjados num tom psicodélico.
Me despeço em sol maior, e que todo o cosmo na grandeza das cores e sons abrase vocês MACACOS GORDOS.

2 comentários:

Jey Cassidy disse...

vc devia ser ouvido,mesmo em silêncio.

Juan Carvalho disse...

Mesmo em meio a dor do fim de uma etapa,ainda existe a alegria de se contemplar o sol brilhar mais uma vez..

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