O som dos carros, dos escarros, dos escravos modernos
Ternos, eternos, externos, berros incertos
Com seus cigarros, sarros, raros momentos de lucidez
Talvez, burguês, marquês, farás uma vez o que sempre se fez
Os risos malditos, ouvidos, os gritos da classe que prende e acende o cigarro
Que tira seu sarro, produzem escarros de sangue e de pus
Que batem, que latem, que berram suas verdades ao pequeno que vê
De baixo, as partes podres que os perfumes doces escondem de você
Os mitos, os ritos, refletem em gritos os ditos tempos de glória
Que história, memória que esconde em si a lúcida simplória escória
Esbórnia, discórdia, clamores daqueles que clamam e amam viver
Porque, não querem ter na verdade a razão do porquê
Gritos, cigarros, latidos, escarros agora do lôdo vermelho do ser
Ser ou não ter, eis a má distribuição
Sãos, são aqueles que são lúcidos e que em vão vão
Ao encontro dos que nunca irão e sempre errarão o caminho
Sozinhos, perdidos com o mapa na mão esquerda
Esquerda, contrário, armário fechado pra quem não quer nada
Nada, estrada sem fim no sentido finito que nada tem e que tudo detém
Além, aquém, de quem quer nunca voltar pro final
Afinal, nada lá tem senão o fim
Um comentário:
Ta bom eim meu amigo...
uma palavra define o poema...
PERFEITO
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