domingo, 30 de novembro de 2014
Fraquezas em palavras
Por vezes, nos escapam fraquezas em forma de palavras. Tão ingênuo é o
ser humano... e foi só ao ver o som, em língua e onda, estalando entre
vácuo e ar, que percebeu o colorido infantil dos ideais da vida adulta.
Senti(n)do da vi(n)da
Se não acredita-se no sistema, é difícil ser avaliado por ele. Os
desistentes são apenas desistentes? Ou seria apenas o "status quo"
definindo quem são os corajosos e quem são os fracassados? A cada amigo
em busca de "uma vida estável" uma tristeza... estabilidade é MORTE,
vida não é sonhar com a felicidade, a vida deveria acontecer! Mas caso
não resistirmos, e entupirmos nossos ânus com dinheiro-papel, lembremos
da infância e dos compromissos com a Faber-Castell: um coração, um
cavalo, num pedacinho de pastel!
Instantes de indecisão
Infinitésimos que se abstraem em contextos variados e quebra cabeças que
não se completam no raciocínio. A cada passo lógico um retrocesso, e se
não se sabe caminhar de outra forma, mesmo que útil, o caminhar não te
leva a muitos lugares. O alheamento é quase um alento e aqueles que
cotidianamente o buscam tem medo de encontrar...
sexta-feira, 15 de agosto de 2014
Na superfície
Na superfície,
O belo é áspero,
O calor... frio,
As idas são vindas,
E as histórias são queixas.
E é por não procurar a luz
que a sombra vive melhor do que eu.
O belo é áspero,
O calor... frio,
As idas são vindas,
E as histórias são queixas.
E é por não procurar a luz
que a sombra vive melhor do que eu.
quinta-feira, 5 de junho de 2014
Reflexo no espelho de si-bemol
Será esse o silêncio? Mas e esses zumbidos?
Insetos ou apenas ouvidos fodidos, já não sei...
Um dia inteiro de ócio, seguido de uma noite de sono tão pálido quanto a expectativa do dia seguinte...
É ranzizisse, eu percebo. Aquela coisa, você mora com pessoas que não conhece, então, mesmo quando elas não estão, te incomodam. Todo mundo é ranzinza, mas é um saco saber que isso é seu trunfo na vida.
-- O que você faz? O que você gosta?
-- Ah, eu sou ranzinza, tenho me dedicado bastante por esses dias! Quer ver?
-- Hum, tudo bem, vá em frente!
-- Tá vendo aquele cara ali, com os dreads! E aquele outro ali com o boné colorido! Tem aquela mina também, com cabelo vermelho e fumando um cigarro de menta!
-- Tá bom, to vendo, o que tem?
-- Então, eles são todos imbecis! Mas sabem o que eles tem em comum?
-- Sei lá, a imbecilidade!?
-- Isso também, mas você não tá me levando a sério. Já pensou porque as pessoas fazem isso?
-- Isso o quê, caralho!
-- Por que elas se enfeitam, ornamentação essas merdas! Eu tive pensando, isso tudo é imbecilidade! Todo mundo quer ser e sentir-se um indivíduo nessa porra de planeta de bilhões, eu vejo essa vontade em todo mundo, todo o tempo, e, na verdade, não sei se tô pirando, mas isso é a origem de grande parte das merdas todas!
-- Caralho, as roupas? Ou você tá viajando ou eu já tô bêbado demais...
-- Não as roupas, porra, a vontade ser especial!
-- Ah tá, mas ainda não saquei o que tem haver o cú com a bunda!
-- Já pensou por que você começou a beber? Não hoje, mas no começo! Imagina, você magrelo, 14 anos, vendo todos aqueles caras mais velhos arrancando suspiros das garotas que você queria comer. Daí você pensa, quer dizer, não pensa é instintivo: "beber é legal, eu não bebo e não quero ser assim o resto da vida" então você começa a beber. Depois que você já bebe, você alguns amigos fumando, e de novo "fumar é legal eu não fumo e não quero ser assim o resto da vida", daí vai. Mas o que tô querendo dizer não tem nada haver com as perguntas ou a porra que for que te faça fazer o que faz, o que digo é que no fundo no fundo, tudo se resume a querer pertencer a um subgrupo pequeno da população, aquele grupo que te faça pensar "eu quero que me vejam assim, que me interpretem assim". Sacou?
-- Tá, mas qual a importância disso cara? O mundo é idiota mesmo, mas e daí?
-- Como e daí! É daí que veio essa superficialidade de merda, porque não vale nada você saber sobre arte, ler mil livros ou curtir esssa ou aquela banda se você não mostrar pra ninguém, ou seja, é sempre questão de soberba e auto-afirmação! Eu não tô dizendo que todo mundo é falso no gostar ou não gostar, o que digo é que esses gostos "refinados" são usados da mesma forma que quem enche o fusca de som e sai pelas ruas escutando uma merda popular qualquer. Quando eu vejo um feminista, eu não vejo uma pessoa lutando por mudança, eu vejo alguém que quer ser visto como feminista; quando eu vejo um cara bêbado fazendo questão de mostrar sua bebura-loucura, eu vejo alguém querendo ser visto como o "loucão" do lugar; tudo é uma farsa inventada por alguém que quer ser visto como pertencente a um determinado subgrupo da população.
-- Mas porra, todo mundo faz isso mesmo, são de falsas intenções que o mundo se move. Um acerto no erro, um acerto na ilusão. Você mesmo tá fazendo isso agora me dizendo essas suas ideias. Não acha?
-- Humm... é...
-- Já eu, nem converso...só bebo!
-- No fim, vai ver eu fico nessa viagem só pra me identificar, criar meu indivíduo. Merda, tô aqui 'filosofando' sobre o fedor dessas merdas, quando na verdade a merda tá dentro da minha cabeça, ironias do intestino!
Insetos ou apenas ouvidos fodidos, já não sei...
Um dia inteiro de ócio, seguido de uma noite de sono tão pálido quanto a expectativa do dia seguinte...
É ranzizisse, eu percebo. Aquela coisa, você mora com pessoas que não conhece, então, mesmo quando elas não estão, te incomodam. Todo mundo é ranzinza, mas é um saco saber que isso é seu trunfo na vida.
-- O que você faz? O que você gosta?
-- Ah, eu sou ranzinza, tenho me dedicado bastante por esses dias! Quer ver?
-- Hum, tudo bem, vá em frente!
-- Tá vendo aquele cara ali, com os dreads! E aquele outro ali com o boné colorido! Tem aquela mina também, com cabelo vermelho e fumando um cigarro de menta!
-- Tá bom, to vendo, o que tem?
-- Então, eles são todos imbecis! Mas sabem o que eles tem em comum?
-- Sei lá, a imbecilidade!?
-- Isso também, mas você não tá me levando a sério. Já pensou porque as pessoas fazem isso?
-- Isso o quê, caralho!
-- Por que elas se enfeitam, ornamentação essas merdas! Eu tive pensando, isso tudo é imbecilidade! Todo mundo quer ser e sentir-se um indivíduo nessa porra de planeta de bilhões, eu vejo essa vontade em todo mundo, todo o tempo, e, na verdade, não sei se tô pirando, mas isso é a origem de grande parte das merdas todas!
-- Caralho, as roupas? Ou você tá viajando ou eu já tô bêbado demais...
-- Não as roupas, porra, a vontade ser especial!
-- Ah tá, mas ainda não saquei o que tem haver o cú com a bunda!
-- Já pensou por que você começou a beber? Não hoje, mas no começo! Imagina, você magrelo, 14 anos, vendo todos aqueles caras mais velhos arrancando suspiros das garotas que você queria comer. Daí você pensa, quer dizer, não pensa é instintivo: "beber é legal, eu não bebo e não quero ser assim o resto da vida" então você começa a beber. Depois que você já bebe, você alguns amigos fumando, e de novo "fumar é legal eu não fumo e não quero ser assim o resto da vida", daí vai. Mas o que tô querendo dizer não tem nada haver com as perguntas ou a porra que for que te faça fazer o que faz, o que digo é que no fundo no fundo, tudo se resume a querer pertencer a um subgrupo pequeno da população, aquele grupo que te faça pensar "eu quero que me vejam assim, que me interpretem assim". Sacou?
-- Tá, mas qual a importância disso cara? O mundo é idiota mesmo, mas e daí?
-- Como e daí! É daí que veio essa superficialidade de merda, porque não vale nada você saber sobre arte, ler mil livros ou curtir esssa ou aquela banda se você não mostrar pra ninguém, ou seja, é sempre questão de soberba e auto-afirmação! Eu não tô dizendo que todo mundo é falso no gostar ou não gostar, o que digo é que esses gostos "refinados" são usados da mesma forma que quem enche o fusca de som e sai pelas ruas escutando uma merda popular qualquer. Quando eu vejo um feminista, eu não vejo uma pessoa lutando por mudança, eu vejo alguém que quer ser visto como feminista; quando eu vejo um cara bêbado fazendo questão de mostrar sua bebura-loucura, eu vejo alguém querendo ser visto como o "loucão" do lugar; tudo é uma farsa inventada por alguém que quer ser visto como pertencente a um determinado subgrupo da população.
-- Mas porra, todo mundo faz isso mesmo, são de falsas intenções que o mundo se move. Um acerto no erro, um acerto na ilusão. Você mesmo tá fazendo isso agora me dizendo essas suas ideias. Não acha?
-- Humm... é...
-- Já eu, nem converso...só bebo!
-- No fim, vai ver eu fico nessa viagem só pra me identificar, criar meu indivíduo. Merda, tô aqui 'filosofando' sobre o fedor dessas merdas, quando na verdade a merda tá dentro da minha cabeça, ironias do intestino!
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